sexta-feira, 24 de abril de 2009

Rumores...

e lá estava ela...

o corpo estirado na grama verdinha, ainda molhada pelo orvalho da manhã. O que teria a matado? Uma briga com o namorado, uma discussão em casa, a desilusão com a vida, com a humanidade? Seria um tipo de assassinato? Alguma droga? Algo a envenenara? Talvez a consciência...
Não sei quem era ela, se era loira ou morena, alta ou baixa, gorda ou magra, se era simpática, falante, tímida ou recatada. Sei que se jogou da sacada do quarto andar, um mergulho de cabeça pro desconhecido, pro nada.
Não houve gritos, o estrondo da queda nem sequer chegou ao terceiro andar, tudo que vi foi aquela lona preta a escondendo na grama verdinha, ainda molhada pelo orvalho da manhã.

terça-feira, 21 de abril de 2009

Dias quentes

de brisa fria...

É quando acordo com meu melhor humor, quando tudo pode dar errado e o dia ainda sim, terminar bem. Outono. Aquele céu azul e aquela brisa fria. De dia o conforto, de noite a elegancia. As pessoas sempre mais bonitas. As coisas passam magicamente a dar mais certo. Época também de nostalgia, me lembra musicas, dias dessa mesma estação de anos passados, amigos passados, sítios, sorrisos, embrigaguez, trabalho, crianças, prazer. Outono. Tem cheiro, sentimento, magia. Acho que traduz meu eu, da melhor forma possivel, traduz meus pensamentos, sentimentos: dias quentes de brisa frisa...

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O Estranho..

Estava ele no ônibus, nem notei sua presença, era só mais um ali, em meio àquela multidão de desconhecidos. Coincidentemente deu sinal para descer no mesmo ponto que eu. Desceu na minha frente. Tudo que eu sabia era blusa azul e mochila, óculos.. será? acho que não. Blusa azul, mochila e uma idade entre 18 e 24 anos - tudo que sei e que posso supor. Um indivíduo qualquer, desses que a gente vê uma vez na rua, mal repara e nunca mais vê na vida. Ia subindo a passarela na minha frente pra atravessar aquela avenida. De repente ele parou no meio do caminho, como quem tivesse olhando a vista do lugar, sorriu. Tornou a caminhar na minha frente, tudo o que eu podia perceber é que aquele sorriso continuava no seu rosto. Mesmo de costas para mim, eu conseguia ver suas bochechas contraídas. Era um sorriso largo, grande, o qual eu nao conseguia imaginar o motivo. Havia ele avistado alguém? Tinha conseguido chegar na hora? Fiquei me perguntando de onde vinha aquele sorriso. Numa das curvas já descendo a passarela, nossos olhares se cruzaram, ele ainda com aquele sorriso no rosto. Não me contive, sorri.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Desassossego

Queria mais respostas,
menos perguntas,
mais certeza,
menos dúvidas,

queria mais viagens,
menos trabalho,
mais chocolate,
menos kilos,

queria mais carinho,
menos distância,
mais palavras,
menos silêncio,

queria mais,
mais vezes...

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Tentando permanecer no meio...

Pedro sempre foi 8 ou 80. Nunca conseguiu lidar muito tempo com a dúvida, com a incerteza, com o meio termo. Ele considerava esse um de seus maiores defeitos. Quando Pedro tinha que fazer um exercício para a faculdade ou fazia o melhor da sala, ou preferia não fazer - só não aceitava aquele meio termo... aquele 13,5 em 25. Nos relacionamentos é que Pedro mais sentia seus extremos, nos últimos 3 meses conheceu uma garota, Laura, por quem se apaixonou e que tem lhe tomado suas noites de sono - nos dois sentidos que se pode entender. Laura vive em outro mundo, talvez, quem sabe, em outra galáxia. Distraída, passa dias sem dar noticias para Pedro que sofre sem saber por onde ela anda, o que ela pensa. Quando Laura resolve aparecer, Pedro respira aliviado, sabe que a tem, mas ao mesmo tempo não sabe o quanto ou mesmo até quando. Seus pensamentos transbordam e acabam dando forma a palavras que saem sem ser exatamente medidas, e, que como um ultimato, tenta mudar Laura. Mas Pedro sabe - e como sabe - que não pode mudá-la, e, principalmente, que não quer mudá-la, pois foi o jeito Laura que o conquistou. Pedir desculpas? Talvez seja tarde. Tentar entender? Ele entende! Talvez fosse melhor continuar nos 36... mas até quando?