domingo, 26 de fevereiro de 2012

ONDE ela está?

Part (iu)...

Está no brilho dos olhos do meu pai,
no meu sorriso,
no sangue do meu irmão,
está na lembrança,
está nos meus sonhos,
está na nossa saudade.
Vejo ela em toda

Parte.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

"Va dove ti porta il cuore"

Acordei querendo voar,
já tenho as asas,
falta decidir a direção.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Em casa

Marina teve que voltar pra casa. Não estava nos planos, pelo menos não tão cedo. Mas algumas coisas são maiores do que ela e acabou descobrindo que não consegue ter controle sobre tudo.Foi assim que Marina deixou amigos espalhados em todos os cantos do mundo, e um pedaço do seu coração para um par de olhos azuis tomar conta até que ela voltasse.
Sua primeira semana em casa, onde ela tinha certeza que não deveria estar, fez com que ela desejasse fugir. Fugiu. Com mais dois amigos foi passar o final de semana longe, final de semana que rendeu risadas, abraços, sustos, novos amigos e uma dor de garganta. Na hora de voltar Marina quase chorou, nao queria - casa, agora nao!
Contrariada, voltou. E foi como se tivesse aberto um baú. De repente, pedaços do seu passado começaram a aparecer - não era passado? recados que nunca foram lidos, músicas que nunca foram escutadas, e tudo foi deixado pensando nela. Mas não era para aquele momento, tudo teve o seu tempo. O que teria feito ela se tivesse lido antes? Se tivesse escutado aquelas musicas? Talvez sofresse mais... se entregasse mais quando viu que havia sentimento... ou teria dado mais valor.. mas já não dava? de longe tudo é diferente... dificil recordar.
Lembrou-se dos olhos azuis, da ultima conversa que tiveram algum tempo depois da ultima vez que se olharam... tinha dor... ela entendeu tudo. Parou de pensar a respeito - naquele instante era a única coisa que fazia sentido.

domingo, 22 de novembro de 2009

Saudades de quando a lua era admirada...

Lá estava Dorinha, 1 metro e 58, 200 ml de silicone em cada peito escondidos atrás do uniforme preto de trabalho, o qual gravava seu nome em branco - Dora.
Dorinha trabalhava naquele consultório fazia quase 9 anos, creio que a mesma idade de seu filho, menino insuportável que a importunava no telefone exigindo o que queria que ela levasse pro jantar. O dia de Dorinha se resumia em recolher digitais, agendar consultas e cirurgias, dar dicas de onde comprar o soutien adequado, e é lógico, não podia faltar, a propaganda do produto, quando ela desabotoava o decote e mostrava o resultado dos 200 ml. Essa era a hora em que eu e minha mulher delirávamos: ela com a naturalidade do produto, eu com o ... o produto!

O que minha esposa não sabia, é que de fato eu já conhecia bem aquele produto, já havia testado algumas vezes o caimento, a naturalidade, a discrição da cicatriz e o resto que acompanhava Dorinha. Desde a primeira consulta agendada, os olhares de Dorinha tinham sido bem diretos, e o cartão que ela me passara enquanto minha mulher estava sendo atendida deixava bem claro seus interesses. Eu, como homem que sou, e não nego quando dizem que a carne é fraca, não hesitei em ligar na primeira oportunidade que tive. Ao me atender, confesso que gastei alguns minutos para explicar quem eu era, o que me levou a crer que devia ser costume dela se relacionar com maridos de clientes, detalhe este, que não influenciava em nada o desejo que eu guardava. Desejo que foi matado e ressurgido algumas vezes no correr de um mês de julho.

Na semana passada, estava conversando com o Jura, rapaz novo que trabalha comigo, casado, mas que sempre dá a entender que fidelidade não faz parte do seu relacionamento. Era um desses dias, que a gente não sabe como, mas que a consciência pesa, e o escolhi, nem um pouco aleatoriamente, para uma dessas conversas de homem. Ele ia me contando da sua mulher de uma forma que ela parecia incrível, sedutora, inteligente, tranqüila, como ele nunca transpareceu que ela fosse. Pelo contrário, devido aos inúmeros relatos de traições, eu acreditava que ele não sentisse nem um tipo de atração por ela, e ainda me perguntava o que ele ainda fazia casado. Enquanto Jura enumerava as infinitas qualidades de sua esposa, resolvi interrompê-lo e perguntar se ele realmente a traía, ou se era apenas conversa. Com um olhar meio assustado, respondeu que não a traía, porque a amava, sentimento esse que nenhuma das demais mulheres com quem costumava dormir havia despertado nele. Explicou-me então que as outras satisfaziam seus desejos sexuais, mas que nenhuma desbancava a mulher dele em nenhum quesito, e para completar, me olhou com uma cara ainda mais assustada e me perguntou se eu não tinha outras além da minha mulher. Fiquei meio desconjuntado, e assenti com a cabeça, o modo que ele pensava realmente fazia sentido, e de certa forma me tranqüilizava, mas ainda me perguntava quanto à justiça e às promessas do altar. Eu ainda a amava, ainda queria permanecer com ela na doença, na tristeza, na pobreza... passam-se os anos, passam-se Dorinhas, e ainda amo minha mulher... e juro, nunca a traí!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Quand je pense à Fernande

Essa noite, ao invés de ler, resolvi escrever.
Assim como ressurgiu o sol, também retornou o passarinho de peito amarelo, ambos, em uma harmonia perfeita, me acordaram nessa manhã invadindo a janela com bicadas de luz. O céu azul não indicava calor, e como há dias não fazia sol, tive que recorrer ao chuveiro elétrico para tomar um banho quente. Como é comum de todas as manhãs, lavei meu cabelo e me atrasei para a aula. Esta é de fato uma matéria que me dá prazer de levantar cedo, aprender sobre cultura e civilização francesa ouvindo musicas consegue me tirar da cama todas as sextas seis e meia da madrugada. E hoje, ainda descobri que existe uma música francesa com meu nome, pena que a letra é bem pornográfica. Era um dia comum, com sol, e comum. Saí direto da aula com intenções de chegar cedo ao trabalho para terminar de preparar aulas e almoçar com os colegas. Depois de algumas ultrapassagens, de utilizar o atalho que aprendi - perfeito! em 21 minutos eu estava nos arredores da Receita. Agora a meta era arrumar uma vaga. O carro trás várias vantagens pra nós (frase de supermercado, como diz uma amiga), mas a grande dificuldade está em arrumar um lugar seguro, perto, barato e que o caiba para estacionar. Demorei 20 minutos para atravessar a cidade e mais 20 para arrumar uma vaga. Incrível como todas as pessoas saem de carro na sexta-feira! Finalmente uma vaga – na rua mais íngreme do bairro vizinho, uns 7 minutos de caminhada para o trabalho, e eu ainda teria pelo menos meu horário de almoço. Entrei com a frente do carro, era só uma ré pra acertar a traseira e... pronto! O carro não subia, eu engatava a ré, puxava o freio de mão, acelerava, soltava o freio de mão, e nada! O carro só descia e quase acertava o da frente, não era possível, o carro gritava, abaixa freio de mão, levanta freio de mão, acelera acelera acelera, deve ser uma pedra pensei. Desci, rodeie o carro, não havia pedra, mas tinha um desnível na pista bem onde se encontrava a roda do co-piloto. Não saio daqui – o que fazer? Quem recorrer? Reboque? Um tanto quanto ridículo – talvez parar alguém na rua – mais ridículo (a básica mulher barbeira dando as caras) liguei pro melhor motorista que conheço: meu pai. Em outros 20 minutos ele estava lá, olhou, olhou de novo, e constatou que o carro precisava de peso pra roda encostar-se no chão e gerar atrito pra subir, simples assim ele tirou o carro, arrumou uma vaga milagrosa na rua de baixo e ainda me deu carona até a porta do trabalho. Não tinha mais tempo pra almoço nem para adiantar trabalho em alguns minutos, a sala de reunião já estava com todos os seus cinco lugares ocupados para eu dar início a aula, que como de costume passou bem rápida. Sem surpresas, a última sexta do mês estava impossível! Os contribuintes faziam fila no hall de entrada e eu não tinha tempo nem pra respirar quanto mais pra almoçar. Às 16 horas, meu chefe e mais uns colegas me levaram pra lanchar, na minha dieta, nada cairia melhor que um cachorro quente! Tentei pedir pelo menos o menos engordativo, já que o sentimento de culpa por ter faltado a academia ontem só aumentava. Um hot-dog natural com salsicha de frango, rúcula, tomate e pimentão foi a pedida, acompanhado é claro de um suco sem doce de abacaxi com hortelã. Ainda na fila um colega brincou com uma joaninha no meu cabelo, não acreditei, mas por reflexo passei a mão e ela caiu na minha blusa como um broche. E nela ficou passeando, lembrei então de algumas semanas atrás, quando trouxe um amigo aqui pra casa pra tomar sol e vimos uma joaninha na janela do meu quarto. Depois de várias tentativas de fazer com que a joaninha subisse em nós, ela voou no sentido contrário. Hoje foi diferente, ela pousou, passeou, passeou tanto que já bastava, era hora de sair, peguei com a mão e ela passeava, subia dedo, descia dedo, eu balançava a mão e ela lá, sacudi bem forte e então ela voou em direção à Contorno. Será que joguei a sorte fora? Ou bastou ela pousar? Bom, sei que o cachorro quente demorou muito, e aquele assunto de trabalho era extremamente entediante. Chegou, comi, voltei ao trabalho, coloquei as coisas em ordem para segunda de manhã e me vi na longa caminhada até o meu carro. Depois de um pouco de engarrafamento, como acontece todos os dias por volta das seis da tarde, estacionei num pequeno shopping em frente à faculdade onde fica o consultório de depilação a laser. Hoje era dia de buço e axila, estava marcada às 18:10, e tive que aguardar até 18:40. Não costumo ficar muito ansiosa, mas como na segunda feira eu tinha sentido muita dor depilando a virilha, sabia que meu corpo estava sensível e que gritaria bem alto hoje, os gritos foram engolidos, é claro, e a dor permaneceu como eu esperava, antes tivesse sido menor. Como atrasou a sessão, saí sete horas, na hora da aula, e me vejo caminhando com uma vermelhidão sobre os lábios, bem discreta, daquelas que só não vê quem é míope e não sabe que é ou quem esqueceu a lente em casa. 19 horas e a melhor matéria do mundo, pronta para jogos de forca, da velha e outras variações para passar 100 minutos de economia internacional. Um filme sobre homens-bombas no segundo horário cujo final ficou para segunda, e nada como pegar meu carro, chegar em casa, colocar um pijama bem quentinho, arrumar meu ninho, deitar e escrever...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

só tem metade da lua no céu..
só tem metade de coração no seu peito...

a lua está crescente...
o coração..

terça-feira, 28 de julho de 2009

e essa noite só lhe restou a lua...